Como que por uma contradição no hipotálamo do mundo, havia um sono agitado e angustiante, um calafrio febril. Impacientava-se adormecido, opressivamente anestesiado, como se sonhasse um pesadelo neurótico. A saliência das coisas, aflitivas, cheias do mesmo medo interno, do mesmo desespero, silenciava os atritos macrobióticos e amplificava a sutileza dos choques microscópicos, batiam tambores cardíacos, tum-tum tum-tum tum-tum. A dor, o ódio, o pânico, transmitiam-se reciprocamente entre aquilo e o mundo, e a liberdade suavizava seus golpes intempestivos de caoticidade em porções esporádicas de equilíbrio matemático. Era não mais que um movimento estupidamente comum do mundo e uma insignificante mudança na posição dos corpos. Um linha sinalizava o limite, e era ela realmente o ponto entre uma coisa e outra coisa. Que houvesse algo de triste, que sentisse vontade de chorar e que não fossem só lágrimas. Que não fosse apenas decepcionante, lastimável e traumático. Que sentisse mesmo tristeza e apertasse os sentimentos num lugar vazio e então, chorasse. Ainda que misturassem emotividades confusas e houvesse principalmente fracasso, era mesmo catastroficamente indiferente, livre e inevitável.
2 comentários:
"Como que por uma contradição no hipotálamo do mundo(...)"... rs... que drama em Guilherme... vich!!! Legal...
é.. ficou meio difícil mesmo.
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