Procurando Nemo

Depois do post sobre a neve, relembrando a famigerada frase tão gasta pelos filósofos e pelos lógicos, achei que já bastava de branco por aqui, era só hora de começar a trabalhar mesmo nos pormenores técnicos e nos pontos significativos do problema, mas eis que começaram os rumores de uma possível Blizzard (com o nome Nemo) na semana passada.  No começo, até pensei que talvez o fantasma do Tarski estivesse incomodado com tanta blasfêmia no nosso curso. Algumas pessoas brincaram, dizendo que era uma boa oportunidade pra levar uma boa história pros amigos de volta pro Brasil, mas aí tudo passou a indicar que tratava-se de um caso raro, possivelmente histórico. Vi uns videos no Youtube sobre episódios semelhantes, e fiquei muito preocupado com o que poderia acontecer. A Brown cancelou as aulas, o tráfico de veículos foi proibido nas estradas e todos foram alertados a só saírem de casa em caso de urgência. Antes do início (que seria na manhã seguinte - sexta 8 Jan), fui no mercado comprar umas frutas e carne, pra não ter que ir no outro dia. Chegando lá, vi que muitas pessoas estavam comprando estoques de coisas, e o mercado estava lotado, e todo mundo meio ansioso. Na rádio, falavam que poderia haver queda de energia, por causa da força do vento e pelo acúmulo de neve em alguns lugares de distribuição. Nesse caso fode tudo, porque o aquecedor não funciona, aí o frio vai dentro da sua alma. Nevou o dia inteiro sem interrupção com volume significativo, e quando começou a ventar, pensei: fudeu mesmo! Falaram que o vento forte mesmo começaria 12 am. Quando deu umas 11:30 pm, parecia que a casa ía sair do lugar. E começou a dar picos de luz. Tomei o resto da garrafa de vinho que eu tinha aqui (senti falta das minhas cachaças), me enfiei debaixo do cobertor, e fiquei lá quietinho...

Hoje quando acordei, parecia que a cidade inteira estava enterrada debaixo da neve, não dava pra distinguir as coisas, nem pra saber onde era a rua:

                                                                          (isso é uma churrasqueira, rss.. pra quê?!!)

                                                            (essa janelinha aí é do quarto onde eu estava ficando antes de mudar pro primeiro andar, rsss.. Em tempo!)

                                                                           (isso abaixo dos meus pés é uma escada de 1,6m mais ou menos)

Começamos, então, a cavar na neve para liberar os caminhos, escadas, saídas de água e carros, portas, etc. Além disso, é preciso liberar os caminhos o quanto antes, porque se a temperatura cair muito depois que a neve cessar de cair (o que é bem comum), então toda a neve que estava começando a virar líquido congela e vira pedra. Vi isso em menores proporções por aqui já, fica duro pra caralho, e muito escorregadio também (na verdade, tomei um capote, hehehe).

Só pra ter uma ideia, veja abaixo fotos (antes e depois) da garagem que tivemos que liberar:

Lembrei de todas as vezes que eu reclamei do calor, e calculei como eu gostaria de estar tomando uma gelada de bermuda, chinelo e sem camisa num buteco de esquina comendo peixe agora, debaixo de uns 35 graus, no mínimo..

Conclusão, melhor mudar os exemplos do Esquema T. "a cerveja está gelada" é verdadeira sse a cerveja está gelada.

Abraço de saudades pra todos. Foi mal a demora em atualizar. Ultimamente se eu fosse tirar fotos, teria que tirar foto de página de livro. Mas vou ver se suavizo um pouco e faço passeios legais pra tirar mais fotos e contar coisas mais interessantes. Ou então, tiro foto dos textos e dou notícias das aulas e das reuniões pros companheiros de filosofia. Primeiro, esperar o mundo voltar às suas cores usuais.