quarta-feira, novembro 23, 2005

Da Amizade


___Quisera não compartilhar essa conspiração moral e enxotar de uma vez pela porta dos fundos a idiotice absurda que sustenta nosso pacto de confiança com o mundo. Ausentar um pouco o espetáculo das farsas, revelar nossas putas rabiscadas de batom fedorento, caídas no chão do banheiro, cheias de mentiras, falcatruas, planos para a derrocada absoluta... Olho aberto para a bonança, os bolsos volumosos e as caras redondas dos nossos clientes. Devíamos andar logo com automáticas à mão ao invés de escondê-las dentro da saia. Qualquer pedaço mínimo de carne é alvo da nossa mordida, nossa bocada voraz.... Não há vítimas; só assassinos relativos. O crime, a calúnia, a violência e a traição são os nossos mais constantes e imediatos consetimentos. Não fazemos só beijá-lo e entregá-lo aos cézares, mas inseminá-lo com a nossa AIDS, putrefazê-lo com o nosso câncer e a nossa lepra. E não há cordas no pescoço. Inchamos um pouco, na verdade, caem um tanto das pálpebras, é claro, fechamos mais a cara... De resto, permanecemos essencialmente absortos, firmes, peões de centro, protegidos por rainha, cavalo e bispo. Estamos flagrados com as tripas de nossos amigos lambuzadas na gengiva, os olhos conservam ainda o frescor da humanidade dissecada, temos o hálito de cadáveres. Apontamos o dedo na cara uns dos outros e é só...

3 comentários:

Anônimo disse...

anda fi.

Chris disse...

guilherme,entra nesse endereço aqui em baixo:


http://www.espacoacademico.com.br/037/37prefaciobazzo.htm

*só pra adiantar: o cara, o foda do livro que cismo em esquecer,é psicólogo.psi-có-lo-go.

Alex Lara disse...

Li até os três pontinhos. Protesto!!!