sexta-feira, dezembro 09, 2005

SNIIIIFFFF.


Frio na barriga, calafrios. O sorriso pálido da madrugada e a gangorra em queda livre, antes até o mais alto de ver de cima o chão gramado, as correntes geladas nas mãos suadas por um desespero agradável. Na beira do abismo o buraco olhando pra cima, aumentando os das pupilas. Agitação psicomotora, formigamento, e o silêncio vaso constritor. O corpo inteiro explodindo, nervoso, bombadas no peito. Tudo em ebulição e descompasso. Dentro da boca a matéria do mundo mastigada, mordida entre os dentes e os lugares inabitáveis. Conversão centro-gravitacional para a mandíbula comprimida. Correr ladeira abaixo, jogar os ossos para frente martelando o vento, impulsionado, quase atirado, despedaçando-se com violência e velocidade. Um gosto escuro na língua, a fome também transmutada em medo, engolida pelo estômago. Mais que depressa, como estupro que não espera nosso orgasmo, atravessa as paredes e vai. Ficamos eufóricos, sedentos, fissurados, arriados nas calças, de quatro, antes que estilhaçados pelo sol e sucumbidos pelos passarinhos malditos.

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